sábado, 26 de setembro de 2009

Convivendo com a Paz

Não aposto na paz.
Dizem que a Humanidade caminha com as guerras. As conquistas da Ciência, Medicina,os maiores avanços tecnológicos, são impulsionaods pelas guerras(...)
Eu sou Guerra! Guerreio contra a Guerra, contra os manipuladores da "massa humana". Acredito no Indivíduo. Mas, meu comportamento é previsto e incorporado pelo próprio Sistema. Também sou, o produto daquilo que eu renego e abomino. A Guerra Invisível é a mais eficiente e cruel. A Mídia, o Terror Psicológico, fabricam seu produto humano, de acordo com seus propósitos. Me enquadro em alguns de seus estereótipos: a profetiza louca, uma Maria ninguém...Sou uma tecelã, que faz e desfaz sua própria rede.
Essa Rede aqui(net) é uma projeçao de tudo isso. O mundo, com seus conceitos, suas medidas, sua riqueza, sua miséria...conflitos, confrontos...paixões.
A paz só existe, quando se está completamente só. Este "estar só", deve ser entendido em profundidade... Eu cultuo e preservo minha solitude, mas quero guerra!
Sempre visitarei a Paz, mas viverei eternamente na Guerra...
Amo a vida, as pessoas, o outro, com suas diferenças, sua Cultura.
Salve as diferenças, os conflitos! Tudo em boa medida, é claro.

De olho no Céu Passado. " Não se apague essa noite"

Confirmado: um cometa passou pela Terra, no ano de 1997, foi avistado em meados de abril.
Comigo, se passou o seguinte:
Nessa época, eu estava em São Tomé das Letras- MG, já fazia algum tempo. Estava vivendo na roça, sem eletricidade, cozinhando à lenha, andando descalça, plantava...uma experiência espiritual, ao meu ver.
Todos os dias, eu acordava cedo e dava um mergulho no rio, depois acendia o fogo, assava o pão...quase ritual. Já fazia um bom tempo que eu não comia carne, nada de carne, sexo... Abstinência total, natural...uma "purificação"(?).
Uma fase, bastante tranquila. Eu estava estudando sobre alimentação, ervas medicinais, coisas do tipo.
Mas, me lembro daquele dia, 22 de abril, 1997. Eu despertei com uma palavra na boca " mãe ". Sonhei? Não sei. O dia começou estranho, diferente. Um sentimento intenso, pesado angustiante...Resolvi caminhar um pouco, fui até a venda, buscar leite e queijo. Chegando lá, encontrei a malucada toda reunida, já comemorando. Afinal, era pós feriado, época de contarmos os níqueis. Dava até pra tomar um vinho!..
Bom, eu é que tava me sentindo muito estranha, mesmo. Não conseguia falar nada. Meu olhar tava perdido, a cabeça vazia, o coração apertado...
Só "o mais velho" notou em mim. Disse que eu estava diferente... Tomei um gole de vinho, peguei minhas encomendas e me fui.
Na trilha, reparei nas flores, eram já, as flores de maio... a trilha tava azul! Flutuei por ela, tudo em volta, emanava um sentimento profundo, estranho, novo pra mim.
Tentei me ocupar com as tarefas de sempre, tava difícil. Não conseguia entender o que se passava comigo.
À noite, estávamos em casa, eu, Raul, Necésio e o Pedro. Conversávamos à luz de velas, na verdade, eu só ouvia( acho q nem isso). Saí pra fora um pouco, precisava , a sensação de angústia era insuportável.
Lá fora, a lua brilhava cheia. Uma gigante no céu. Estanquei, fiquei de cara pra cima, de pé, olhando imóvel pra ela. Aquilo tudo, sentimentos, sensações, foram se potencializando...e eu ali, de cara pra lua. Senti como se algo quisesse sair de dentro de mim. Algo feroz, bestial...queria rasgar minhas entranhas de dentro pra fora. Comecei a sentir espasmos, tive vontade de uivar...
Quando estava prestes a me rasgar, meu amigo, Pedro, me chamou "Maria". Ele era, um cara muito sereno, sua voz tranquila, me tirou do transe. Consegui me acalmar, sentei e fiquei ninando a mim mesma, me embalando, como à um bebê...
No outro dia, a coisa continuou, tava começando a pirar. Foi quando o Pedrinho apareceu, me convidou pra ir à casa do Sérgio ("O mais velho"). Fomos, então.Eu tinha uma consideração muito especial, pelo anfitrião em questão, RESPEITO.
Acabou que ele não se achava em casa. Pedro, seguiu para a cidade, eu, pra cachoeira. Lá encontrei o Sérgio. Algo nele me soava familiar, uma certa cumplicidade...
Ele me perguntou o que estava se passando. Não soube responder. Então, me pegou pela mão, não falamos mais nada. Senti que podia confiar nele, isso me bastava.
A tarde já se ia, a noite começava...Tivemos um contato mais íntimo. Na verdade, sei que aconteceu, mas não me houve nenhuma sensação física, de minha parte. Nenhum tipo de excitação, nada. Mas o mundo, em volta, se transformou. Eu soube que tinha concebido.
Em silêncio continuamos. Caminhamos, ainda de mão dadas, sob a luz da lua. Ele me deixou em casa e partiu. Tive um sono tranquilo, sereno...
Amanheci radiante. Cheia de energia, parecia um dínamo. Passei uns dias sem dormir ou comer. A cabeça roncava como um motor, girava à mil...eu tinha a "Lembrança do mundo". Fazia cáculos impossíveis, rápida, furiosa como um demônio!
Fui Krisnha, Jesus, Maria sua mãe, o Arcanjo Miguel...eu não era mais eu. Perdi qualquer identidade. Fiquei nua, aliás, literalmente(...)
O mundo, nunca mais foi o mesmo. Tive que aprender a conviver com isso. Não podia pirar de vez. Passei a enxergar, ouvir, de um "modo novo", SINAIS. É como, se cada palavra, cada coisa, se apresentasse, em suas várias formas, de maneira simultânea, multifacetadas...as várias dimensões.
No começo, foi bastante intenso, difícil, enlouquecedor... Hoje, percebo ainda, mas é normal, agora.
Durante muito tempo, quis montar esse quebra-cabeças, procurando chaves, personagens... a passagem do cometa(só vim saber disso,depois), meu mano " mais velho" , a chegada da minha filha...Mas , esse foi um momento único, MEU. Não preciso mais quebrar minha cabeça. Sou, só eu e o MUNDO.