Conta-se que Abraão, pressionado por sua esposa Sara, abandonou seu filho Ismael, juntamente com sua mãe, Hagar, a escrava egípcia, em lugar ermo. Quando, acabando a água , Hagar se viu desesperada, começou a cavar o solo arenoso, com as próprias mãos, em vão. O menino, que sentado, assistia a tal cena, de repente, viu brotar, por entre seus pés , um olho d'água. Essa seria, a origem, milagrosa do poço Zem-Zem, lugar sagrado, para o povo do deserto. Ali mesmo, depois, fora construída, a Caaba.
É uma bela história. Envolve, fé e destino, pois Ismael é o pai dos nômades. Não posso, afirmar que é verdadeira, em seus pormenores, existem, outras versões. Mas, pra mim, o que importa é sua mensagem de esperança e fé ,nos desígnos divinos.
Admiro, essa história, essa origem, esse povo. Sou brasileira, com a graça de Deus. Aqui dentro, trago uma riqueza genética imensa: índio, negro, europeu...Mas existe, uma voz que sobressai, lá no fundo desse deserto aqui. Essa voz entoa um cântico, que eu aprendi. É a voz de algum beduíno-sertanejo, pastoreando suas ovelhas, fiando a lã ou carregando seu pote de água. E ele vaga perdido nesse imenso infinito, de areias, estrelas, horizontes, azul e sede...Nordeste do Brasil ou Saara, lá estamos nós.
"Depois da judiação, voltaremos ao deserto e contemplaremos os infinitos. Apaixonados,como só nós. Paixão e liberdade."
Nenhum comentário:
Postar um comentário